segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

TEXTO FINAL

As Novas tecnologias, a aprendizagem e o papel do professor

Maria da Penha R. S. Souza

Rejane de Fátima G. Silva

Pós-graduandas em Novas Tecnologias na Educação (UNIVERSO)

Resumo: As transformações decorrentes da evolução tecnológica

vem definindo mudanças significativas em todos os segmentos da sociedade.

Nos meios educacionais desenvolve-se uma preocupação muito grande com a melhoria qualitativa do processo de ensino-aprendizagem, em função da atual situação deficitária do sistema educacional brasileiro, a qual indica entre outros fatores que as formas de ensinar já não atendem às necessidades de aprendizagem do homem atual.

Hoje em dia, as informações estão sendo encontradas com muita facilidade fora da escola, favorecendo uma aprendizagem espontânea, onde o aprendiz busca o que é de seu interesse, nesse sentido o professor precisa estar atento, a fim de despertar nos alunos situações que o levem a construir os seus próprios conhecimentos.

Palavras-chave: tecnologia, aprendizagem, formação docente

Atualmente, cada vez com mais intensidade, as tecnologias invadem o nosso cotidiano e por isso, precisamos estar inseridos neste contexto atual, onde a tecnologia surge como ferramenta de informação e comunicação que se integrada as práticas e aos saberes escolares abre várias possibilidades para o desenvolvimento intelectual dos educandos.

Assim, apropriar-se das tecnologias e utilizá-las com todas as suas peculiaridades em sala de aula intensifica as atividades de interação mediadora.(Nevedo, Magdalena e Costa.1999)

Precisamos atualizar o processo de aprendizagem em busca de um conhecimento mais significativo, visto que a sala de aula está cada vez mais sem atrativos e os alunos mais desinteressados.

Como relata Pierre Lévy (1993), podemos verificar que o crescente desinteresse na sala de aula é fenômeno mundial.

Os alunos estão imersos nas novas tecnologias e os professores necessitam inseri-las na educação.

Alguns professores se questionam se os benefícios do uso da tecnologia são maiores que o esforço adicional que é exigido deles para integrarem a tecnologia em sua instrução. Porem, se a tecnologia for integrada de forma eficaz na aula, com seu uso combinado com estratégias adequadas à realidade dos alunos, melhorarão o processo de aprendizagem.

Boff (1999) diz, que “o conhecimento não pode apenas devassar, precisa também, e sobretudo cuidar. Cuidar, pois, também faz parte do saber pensar.”

A introdução dos recursos de informática nas escolas pode apresentar uma oportunidade para motivar os docentes e discentes, assim como disponibilizar um poderoso recurso didático pedagógico para atualizar e principalmente qualificar e aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem.

Junto a essas possibilidades é preciso repensar a educação, a integração do ensino com as facilidades proporcionadas pelos recursos da tecnologias da informática e os novos papéis que os professores assumirão para possibilitar novas formas de construção do conhecimento do homem contemporâneo.

Com os avanços tecnológicos acelerando as nossas vidas, tornou-se indispensável a presença dos mais variados recursos da tecnologia no processo de aprendizagem educacional, visto que as mudanças são cada vez mais freqüentes, crescentes e irreversíveis.

As crianças de hoje já nascem mergulhadas nesse mundo tecnológico e seus interesses e padrões de pensamentos já fazem parte desse universo.

Surge então, a reflexão sobre o papel da escola e das formas como ela vem conduzindo o processo ensino-aprendizagem, uma vez que é da escola o papel de preparar indivíduos críticos e aptos a exercer funções necessárias ao desenvolvimento da sociedade.

Para explorar de maneira integral o poder da tecnologia, os professores precisam adequar-se a mesma, trocando experiências e informações buscando o crescimento profissional com o objetivo de levar seu aluno a reflexão e a busca da aprendizagem com mais prazer.

O ensino atual não é visto com grande desempenho pela maioria dos alunos, daí a necessidade de mudar o “processo de aprendizagem”.

Para viabilizar estas mudanças e usufruir dos benefícios advindos com a introdução dos computadores nas escolas, é imprescindível a preparação do professor para saber utilizá-los com novas abordagens do ensino-aprendizagem e estratégicas pedagógicas.

É necessário que o professor assuma um novo papel, uma nova postura diante de suas práticas pedagógicas. A proposta é que o professor trabalhe dentro de um modelo construtivista, onde assuma o papel de orientador, mediador da aprendizagem de seus alunos; conforme nos sugerem Freire (1967), Piaget (1990) e Vigotsky (1992).

Para esses teóricos, o aprendizado deve ocorrer em dois sentidos, em vias de mão dupla, ou seja, professores e alunos trabalhando juntos, realizando construções de forma recíproca.

Como também relata Moraes (1997):

“Não podemos continuar produzindo uma educação

onde as pessoas sejam incapazes de pensar e de

construir seu conhecimento.

Na nova escola, o conhecimento é produto de uma

constante construção das interações e de

enriquecimento mútuo de alunos e professores.”

A tecnologia tem um potencial favorável para aqueles que procuram uma ferramenta de apóio a ambientes de aprendizagem, porem em algumas escolas, os computadores estão parados, tornando-se “acumuladores de poeira.” Em outras, não estão sendo usados corretamente e há aquelas em que os alunos usam para coletar, organizar e analisar dados; para melhorar as apresentações e resolver problemas complexos.

Unindo a tecnologia com a aprendizagem de forma a alcançar um objetivo definido e centrado no educando, o educador alcança melhor o resultado esperado.

“As crianças precisam manejar conhecimento, o melhor possível, aquele que permite enfrentar os adversários de igual para igual.” (Demo, 2000)

Analisando isso, o educador precisa preparar os educandos para conviver numa sociedade onde o conhecimento e as tecnologias andam unidos com as mudanças.

O professor comprometido busca atualização e melhorias na aprendizagem de seus alunos, age como orientador e estimulador desses aprendizes, pesquisam, refletem sobre as ferramentas que estão sendo usadas nas aulas, visto que são os educadores as figuras essenciais como facilitadores no sentido de proporcionar a aprendizagem crítica e criativa do aluno, levando-o sempre a curiosidade.

Esta nova geração quer “aprender a aprender”, é a geração digital, onde o educando precisa testar, discutir, achar soluções e argumentar suas opiniões.

Demo (2000) cita que,“o aluno não chega a construir sua autonomia sem tornar-se sujeito de suas próprias propostas”.

Segundo o MEC/SEED (1997), somente a introdução das tecnologias na escola não poderá, por si própria, provocar mudanças na educação.

Costa e Xexéu (1996) acrescentam que é essencial ter presente que as tecnologias são dependentes dos homens e que a introdução de computadores nas salas de aula não eliminará nenhum dos problemas educacionais presentes atualmente. Esta mesma opinião possui Sandholtz et al (1997) citando que as tecnologias aplicadas a educação, devem ser encaradas como “catalizadores para a mudança”, pois os elementos para que isto ocorra são os professores.

Por isto, faz-se necessário atualizar o fazer pedagógico, propiciando o fortalecimento do trabalho do professor em sala de aula, onde o educando é o principal sujeito.

Referências bibliográficas:

BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes,1999

COSTA, Rosa Maria E. Moreira da; XEXÉU, Geraldo B. A Internet nas Escolas: uma proposta de ação. In: SIMPOSIO BRASILEIRO DE INFORMATICA NA EDUCAÇÃO, 7, 1996, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, 1996. p.105-118.

DEMO, Pedro. Conhecer & Aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 2000.

Desafios Modernos da Educação. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

FREIRE, Paulo. Educação como Prática de Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

KAWAMURA, L. Novas Tecnologias e Educação. São Paulo: Ática, 1990. (Série Princípios).

LÉVY, P. As Tecnologias da Inteligência. O Futuro do Pensamento na Era da Informática. Rio de Janeiro:Ed. 34, 1993.

MEC/SEED. Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO. Brasília, DF, 1997.

MORAES, M. C. O Paradigma Educacional Emergente. São Paulo: Papirus, 1997.

NEVADO, R., Magdalena B. Costa. I.E.T. Formação de professores multiplicadores: nte2@projetos.cooperativos.ufrgs.br. Informática na Educação. Teoria & Pratica. Porto Alegre. UFRGS. v. 2. p. 127-139. 1999.

PAPERT, S. A maquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Medicas, 1994.

PIAGET, Jean. L`Épistemologie Gênétique. Trad. de Álvares Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

SANCHO, Ivana M. Para uma tecnologia educacional. Trad. Beatrz Affonso Neves. Porto Alewgre: Artmed, 1998.

SANDHOLTZ, J. H. et al. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VYGOTSKY, L. S./ LURIA, A. R./ LEONTIEV, A. N. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. 4ª ed. São Paulo: Ícone, 1992.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

INTERATIVIDADE

ELABORADO POR:
MARIA DA PENHA R. S. SOUZA

O termo interatividade resume, tudo o que de diferente é atribuído às novas tecnologias da informação e da comunicação por diferentes autores em função das suas posições teórica.

O valor do termo depende da sua capacidade de sintetizar as qualidades atribuídas aos novos meios de comunicação, e sem especificar essas qualidade corre-se o risco de usar o mesmo termo para designar coisas diferentes a partir de posições teóricas difirentes.

Se a interação define a existência de reciprocidade das ações de vários agentes físicos ou biológicos, a interatividade traduz uma qualidade técnica das chamadas máquinas “inteligentes” que investe a elas um conjunto de propriedades específicas de natureza dinâmica.

No seu livro “Cibercultura”, Pierre Lévy (1997) aborda a interatividade com um problema, justificando isso porque o termo é usado muitas vezes a torto e a direito sem saber do que se trata. O problema não está no uso do mesmo terno ,mas em não explicitaro que se entende por ele.

Utilizando um quadro de dupla entrada (relação com a mensagem / dispositivo de comunicação), Pierre Lévy fala de diversos tipos de interatividade que vão da mensagem linear (através de dispositivos que variam desde a imprensa, rádio, TV e cinema até as conferências eletrônicas) até a mensagem participativa ( através de dispositivos que variam dos vídeogames com um só participante até comunicação em mundos virtuais envolvendo negociações contínuas). Fica claro que o que caracteriza a interatividade é a possibilidade ( crescente com a evolução dos dispositivos técnicos) de transformar os envolvidos na comunicação ao mesmo tempo, em emissores e receptores da mensagem. Em outros termos, muda o conceito de comunicação. A evolução técnica possibilita cada vez mais a participação dos agentes.

Pode-se dizer que a grande contribuição das novas tecnologias de informática e de comunicação é que, ao mesmo tempo que elas rompem as barreiras do espaço-temporais possibilitando a comunicação à distância em tempo real de múltiplos sujeitos geograficamente dispersos, fornecem estruturas técnicas para a comunicação e o acesso a informação em rede. As estruturas técnicas da rede permitem implementar formas novas e mais complexas de interação social, fazendo emergir a possibilidade de troca imediata no ciberespaço. Dessa forma, os indivíduos tornam-se receptores e emissores, produtores e consumidores de mensagens. A comunicação deixa de ser linear e de mão única para tornar-se poliglota, polissêmica e policêntrica.

Embora as novas tecnologias de informática não tenham surgido com preocupações educativas, o impacto econômico e social acabou associando-as a educação por duas vias: pela revolução que a informatização da produção industrial provocou no mercado de trabalho e pela importância que a educação passou a ter na nova sociedade da informatização.

O processo educacional, presencial ou mediado por essas novas tecnologias, passa a adquirir dimensões que, se não são totalmente novas podem ser agora profundamente inovadoras.

As relações educativas tornam-se pluridirecionadas e dinâmicas, possibilitando a todos os interessados interagir no processo.

O velho receptor deixa de ser aquele que deve apenas aceitar ou não a mensagem proposta pelo professor para se tornar sujeito da própria educação numa comunidade educacional interativa.


A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

ARTIGO ELABORADO POR:

MARIA DA PENHA R. S. SOUZA


A informática tornou-se uma necessidade no mundo em que vivemos e a escola, em sua missão de preparar o indivíduo para a vida, sente a responsabilidade de não fechar os olhos para essa realidade.

As crianças da atualidade já nascem mergulhadas nesse mundo tecnológico e seus interesses e padrões de pensamentos já fazem parte desse universo. Surge então, a reflexão sobre o papel da escola e das formas com que ela vem conduzindo o processo ensino-aprendizagem, uma vez que é seu dever preparar indivíduos críticos, aptos a exercer funções necessárias ao desenvolvimento da sociedade.

A informática educativa implantada com o objetivo de enriquecer as atividades curriculares e extracurriculares, é um recurso que pode e deve ser utilizado para estimular e desenvolver as funções intelectivas dos alunos, pois é através de um trabalho de interação, reflexão, discussão, criticas e ponderações, que o aluno irá construir o seu conhecimento de forma mais dinâmica e prazerosa possibilitando a troca de informações, o que fará com que os conhecimentos produzidos sejam permanentemente reconstruídos e reelaborados.

O uso do computador funciona efetivamente como instrumento no processo ensino-aprendizagem, se for inserido num contexto de atividades que desafiem o aluno em seu crescimento e na construção do seu conhecimento: na relação consigo, com o outro e com a máquina.

O computador nos permite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos, descobrir novos conceitos, lugares, idéias, mas é apenas uma máquina e como tal deve ser utilizada. Como ferramenta auxilia o professor e o aluno no processo ensino- aprendizagem. Não deve ser visto como um “ser” que nos dará o conhecimento pronto e acabado precisando apenas que apertemos os seus botões. É preciso que processemos todas as informações desejadas, analisando-as criticamente em conjunto para chegarmos a uma conclusão contemplando o conhecimento.

O aluno deve ser visto como um indivíduo ativo, responsável pela sua própria aprendizagem. Dessa forma, a informática e a sua utilização só servirá como ferramenta dentro de um ambiente que valorize o prazer do aprendiz em construir seu processo de aprendizagem através de conteúdos programáticos significativos, não estanques.

Outra possibilidade de uso do computador, é aproveitar sua poderosa função de intercomunicador, uma vez que vários computadores em rede, podem gerar muitas atividades que favoreçam a troca e a construção conjuntas de idéias entre grupos de alunos. A Internet, favorece a comunicação rápida e fácil com todo o mundo, seja formando grupos de escolas que trocam informações e projetos, seja servindo de consultas e criação de bancos de dados, tanto para os alunos, quanto para os professores.

Assim, se no uso da informática educativa, houver uma perspectiva de construção do conhecimento, o computador perderá o caráter de “mestre infalível”, e o aluno poderá se posicionar como verdadeiro construtor do próprio conhecimento. O professor ficará como o responsável por planejar atividades, utilizando o computador como recurso para atingir seus objetivos pedagógicos.

A informática educativa deve ser vista na escola tanto como uma forma de facilitar a aprendizagem, como também uma forma de inserir os educandos no mundo da tecnologia informatizada. É preciso que todos que estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem colaborem para que sua implantação tenha sucesso. Ao professor cabe escolher o tema, organizar, planejar e estimular o educando para que participe. Ao aluno cabe sentir-se curioso, participativo e interessado na produção de seus conhecimentos interagindo com os seus pares. Ao diretor, proporcionar um ambiente propicio para que as aulas aconteçam, assim como os meios para que as máquinas estejam em pleno funcionamento. É fundamental que o projeto político pedagógico da escola seja flexível para possibilitar a agregação e a articulação das atividades a serem desenvolvidas no estudo de temas, como também haja uma conscientização sobre as necessidades de reestruturar as práticas de sala de aula e redefinir os papéis do professor, do aluno e dos demais profissionais da educação.

É preciso que se entenda que a informática e a educação devem manter uma relação harmoniosa para que, de fato, haja benefícios no processo de aprendizagem do aluno.

A informática educativa, quando bem planejada e implementada, pode ser um eficiente meio para a construção do conhecimento efetivo.

BIBLIOGRAFIA:

IN: MORAN, José Manuel., MASETTO, Marcos T., BEHRENS, Marilda Aparecida – Novas Tecnologias e mediações Pedagógicas: 2ª ed.; Campinas: Papirus, 2001.

PROINFO: Informática e formação de professores / Secretaria de Educação, Seed, 2000. Volume 2.

WEISS, Alba Maria Lemme, CRUZ, Maria Lucia R. M. da – A Informática e os problemas escolares de aprendizagem – RJ: DP & A editora, 2001.