sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

INTERATIVIDADE

ELABORADO POR:
MARIA DA PENHA R. S. SOUZA

O termo interatividade resume, tudo o que de diferente é atribuído às novas tecnologias da informação e da comunicação por diferentes autores em função das suas posições teórica.

O valor do termo depende da sua capacidade de sintetizar as qualidades atribuídas aos novos meios de comunicação, e sem especificar essas qualidade corre-se o risco de usar o mesmo termo para designar coisas diferentes a partir de posições teóricas difirentes.

Se a interação define a existência de reciprocidade das ações de vários agentes físicos ou biológicos, a interatividade traduz uma qualidade técnica das chamadas máquinas “inteligentes” que investe a elas um conjunto de propriedades específicas de natureza dinâmica.

No seu livro “Cibercultura”, Pierre Lévy (1997) aborda a interatividade com um problema, justificando isso porque o termo é usado muitas vezes a torto e a direito sem saber do que se trata. O problema não está no uso do mesmo terno ,mas em não explicitaro que se entende por ele.

Utilizando um quadro de dupla entrada (relação com a mensagem / dispositivo de comunicação), Pierre Lévy fala de diversos tipos de interatividade que vão da mensagem linear (através de dispositivos que variam desde a imprensa, rádio, TV e cinema até as conferências eletrônicas) até a mensagem participativa ( através de dispositivos que variam dos vídeogames com um só participante até comunicação em mundos virtuais envolvendo negociações contínuas). Fica claro que o que caracteriza a interatividade é a possibilidade ( crescente com a evolução dos dispositivos técnicos) de transformar os envolvidos na comunicação ao mesmo tempo, em emissores e receptores da mensagem. Em outros termos, muda o conceito de comunicação. A evolução técnica possibilita cada vez mais a participação dos agentes.

Pode-se dizer que a grande contribuição das novas tecnologias de informática e de comunicação é que, ao mesmo tempo que elas rompem as barreiras do espaço-temporais possibilitando a comunicação à distância em tempo real de múltiplos sujeitos geograficamente dispersos, fornecem estruturas técnicas para a comunicação e o acesso a informação em rede. As estruturas técnicas da rede permitem implementar formas novas e mais complexas de interação social, fazendo emergir a possibilidade de troca imediata no ciberespaço. Dessa forma, os indivíduos tornam-se receptores e emissores, produtores e consumidores de mensagens. A comunicação deixa de ser linear e de mão única para tornar-se poliglota, polissêmica e policêntrica.

Embora as novas tecnologias de informática não tenham surgido com preocupações educativas, o impacto econômico e social acabou associando-as a educação por duas vias: pela revolução que a informatização da produção industrial provocou no mercado de trabalho e pela importância que a educação passou a ter na nova sociedade da informatização.

O processo educacional, presencial ou mediado por essas novas tecnologias, passa a adquirir dimensões que, se não são totalmente novas podem ser agora profundamente inovadoras.

As relações educativas tornam-se pluridirecionadas e dinâmicas, possibilitando a todos os interessados interagir no processo.

O velho receptor deixa de ser aquele que deve apenas aceitar ou não a mensagem proposta pelo professor para se tornar sujeito da própria educação numa comunidade educacional interativa.


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